Crônicas e textos sobre as aventuras do humilde autor deste blog para se tornar um escritor. Sobre os livros, como fazê-los e as dificuldades do mercado, tudo isso no Diário de Bordo.
Atualmente na escrita do meu terceiro livro, os que escrevi formalmente, digamos assim, comecei a pensar em inspirações nos livros. Eu escuto muita música diariamente e elas sempre foram usadas por mim para poder escrever determinadas cenas que combinassem com os ritmos. Eu as ouvia ao mesmo tempo em que ia digitando as palavras, permitindo-me absorver aquela emoção e passá-la paras páginas.
Mas, agora que estou em meio terceiro e acabo de passar uma edição final do meu primeiro, fico pensando se não me deixei levar pelas emoções daquelas músicas. Algumas cenas, estavam completamente ridículas, com palavras mal buscadas e repetitivas, objetivas até demais. Quando as escrevi, tive o apoio da música para me passar a emoção, mas quando o leitor a tiver em suas mãos não vai ter a mesma reação.
Se escrever é um trabalho para públicos e depende do que seus futuros leitores irão pensar, a inspiração musical não seria um individualismo literário? Será que passarei a ideia de sentimentos superficiais sem o apoio das músicas? Foi com esta ideia que aboli totalmente do meu livro novo, a inspiração com as músicas, escutá-las para poder escrever.
O que pode ser considerado meio paradoxal, uma vez que neste livro, a música é bem evidenciada e faz parte do grande núcleo da história. Não revelo mais sobre este livro, por acreditar se tratar de uma ideia que só posso passar depois de escrito e revisado, podem haver diversos reajustes (mesmo que eu espere que não haja). Mas, enfim, o assunto que queria abordar não era exatamente esse.
Como posso escrever um livro, internamente musical, se as músicas não me ajudam a ter o tom que eu preciso para escrever? Foi então que pude perceber, a inspiração não está nos ritmos, não precisa ser escutada na hora exata do livro. Pode vir de quando eu estiver sentado, sem nada para fazer e tiver um insight, estiver escutando, vendo um filme ou até lendo uma notícia.
Com a abolição das músicas me senti tendo um pouco mais de controle sobre o que escrevo, quando as escutava era eu guiando meus dedos na velocidade da música e agora posso ter mais liberdade com as palavras e tempo para refletir o assunto que devo abordar em seguida. Assim como pensar em palavras mais rebuscadas e também ver como aprofundar relacionamentos e criar cenas, não só de ação completa, mas que demonstre a qualidade das relações presentes.
Não sei se isso só funciona para mim, mas acredito que a inspiração musical é boa, mas não deve interferir na ideia que você já criou para um livro e nem na emoção das cenas. Porém não deve deixar de escutá-las, pois é delas que vêm as maiores ideias para os livros. Mas, se você consegue escrever e ouvir música, sem achar denigra o seu texto, faça-o, busque sempre se tornar melhor e fazer sua melhor performance.
matheus goulart
autor de Roleta Russa, compre: http://www.bookess.com/read/9411-roleta-russa/
acesse o blog da série: www.serieroletarussa.blogspot.com
OI Matheus,
ResponderExcluirNossa, música é uma coisa que me inspira muito pra escrever. Várias vezes já criei cenas na mente ao ouvir algum pedacinho de música. Felizmente, até agora não passei por nenhuma situação como vc, de ter achado q a inspiração não foi legal... Mas acho que depende muito do momento, também, não é? Talvez não seja só a música. Uma época de nossas vidas pode não contribuir para nossas ideias...
Bjs,
Kel
www.itcultura.com
Oi Matheus
ResponderExcluiracho que música é sempre importante em nossas vidas! vida sem trilha sonora não existe! por isso a acho importante p mts momentos nossos e que legal saber q a usa para escrever seus livros...amo ler ouvindo música clássica mas escrevendo textos gosto de escolher uma banda ou cantor que tenham a ver
Bjos
Rafa Fustagno
http://livrosminhaterapia.blogspot.com/ e http://galerarecord.blogspot.com/
O problema é exatamente esse que você apontou: nenhum leitor vai imaginar a música que você ouviu enquanto produzia uma cena; igualmente, são pouquíssimos os que a ouvirão se você se der ao trabalho de citá-la. É isso que torna a literatura muito mais difícil do que o cinema, por exemplo: a exigência de que as palavras sejam autossuficientes. Nunca sabemos o tom que alguém vai usar ao ler nossos parágrafos, tampouco conhecemos a velocidade do processo. O ideal é fazer um texto que cause impacto em qualquer velocidade, em qualquer tom de voz e em qualquer ambiente. Nem um pouco fácil.
ResponderExcluirComo você disse, entretanto, a inspiração está em todo lugar. Acredito que a chave para a "perfeição" (entre aspas, porque não acredito na sua existência) é aprender um pouco com cada coisa ao seu redor a fim de, posteriormente, fundir os seus aprendizados, transformando-o em vocábulos potentes e bem-posicionados.
Grande abraço,
Robledo.
Livros, letras e metas
@Kel Costa Pois é, o problema é que se eu escrever com todas essas inspirações vou acabar mudando o tipo de escrita a cada parágrafo.
ResponderExcluirObrigado pela visita :)
@Raffafust É, Rafa, eu ouvia, agora ouço antes de escrever, porque acabava influenciando no modo como eu escrevi e deixava o livro como se fosse escrito de formas distintas, a cada parágrafo.
ResponderExcluirBeijos,
Obrigado pela visita :)
@Robledo Filho Pois é, Robledo. A música me fazia deixar os parágrafos sem muitas explicações e no novo livro, destaco mais as expressões faciais, corporais e o que o personagem sente ao dizer.
ResponderExcluirAbraço,
Obrigado pela visita :)