Já sou fã de Cassandra Clare pelos livros de Os Instrumentos Mortais e ao terminar os livros que já foram lançados da série anterior, decidi me aventurar pelo mundo de Peças Infernais, que nada mais é que uma prequel (ou seja, uma história que precede) de Instrumentos Mortais. Na história, temos Tessa, uma garota que muda de Nova York para Londres, após perder sua tia. Ela recebeu uma carta do irmão Nathaniel e vai atrás dele, que é sua única família. Chegando lá, é recebida por duas irmãs muito estranhas e pouco depois descobre estar sendo mantida em cárcere privado pelas Irmãs Sombrias, enquanto elas fazem uso do poder que ela acaba de descobrir que possui a troco de que se Tessa não obedece-las, irão matar o seu irmão. Bem, se quer uma dica, não leia a sinopse de Anjo Mecânico, aqui está tudo o que você precisa saber para começar a leitura.
Desavisado, lá fui eu ler a contra-capa do livro, e acabei sendo surpreendido por muitas revelações que fazem parte de mais da metade do livro. Anjo Mecânico tem um início lento, mas acho que não seria tão pedante caso eu não tivesse lido essa sinopse. O livro começa bem devagar, com uma açãozinha nas primeiras páginas, para depois mergulhar-nos em um oceano completo de marasmo. Entendo que Cassandra Clare precisou re-explicar alguns aspectos acerca dos Caçadores de Sombras (ela até acrescentou algumas informações ao decorrer deste livro) mas não pude evitar me sentir entediado quando as coisas que eu já sabia eram explicadas novamente. Estranhei bastante o começo da história, não me sensibilizava com nenhum dos personagens, muito menos conseguia lembrar o nome de cada e quem era quem.Cheguei até a considerar um abandono, persuadido pela lembrança de que, sim, no último ano, Cassandra Clare pulou de surpresa para a lista dos meus autores favoritos.
Foi lá pela página 200 que consegui presenciar uma grande virada na história. Nós finalmente conseguimos nos familiarizar com os personagens, assim como o que mais ou menos a autora quer nos propor neste livro. Daí, mesmo sem muita ação, é só amor. Cassie conseguiu me conquistar com a escrita envolvente e o absurdo de criatividade que usou para a criação desta história. Tanto em relação à mitologia quanto ao enredo. Will foi um personagem que me deu muito asco no começo (principalmente pela sua semelhança com outro protagonista da autora), mas me acostumei depois. Tessa é a mocinha de sua época, com alguns aspectos de Clary e uma mudança notável entre o começo e o fim das páginas. Jem é o personagem com quem mais me familiarizarei, talvez esteja acontecendo o mesmo que aconteceu com Simon. É um personagem cheio de história, super interessante, pra quem torço muito, embora já tenha um destino traçado, o qual não me agradou.
O desfecho deste livro é uma das coisas mais incríveis que já li. Tudo explode nas últimas páginas, mantendo o mesmo ritmo até o seu final. Com revelações muito surpreendentes e muitas pontas soltas para serem solucionadas nos próximos livros. E, preciso fazer um desabafo, depois daquele epílogo, eu sinceramente não sei o que achar. Estou completamente no escuro. Anjo Mecânico é um steampunk (gênero de ficção científica que acrescenta modernismo a tempos antigos), um risco que a autora cometeu por associar esse tipo de história à fantasia adolescente que conquistou os fãs de Instrumentos Mortais, teve suas falhas no início e, apesar disso, terminou cheio de promessas para volumes seguintes muito bombásticos. Mais um livro da Cassandra Clare que contém seus elementos já conhecidos, que não me arrependo em nada de ter lido e recomendo avidamente!
Editora: Galera Record
Autora: Cassandra Clare
Série: As Peças Infernais #1
Título original: Clockwork Angel
Páginas: 392
4 de 5
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