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11.3.15

Resenha: Aristóteles e Dante descobrem os segredos do Universo - Benjamin Alire Sáenz

Aristóteles é um garoto solitário, sem amigos e com uma família meio problemática. O irmão foi preso há anos e, para os pais, é como se ele estivesse morto. O pai ainda sofre com as marcas geradas pela guerra, embora não conte a ninguém sobre. E a mãe, talvez seja o relacionamento mais "normal" que Aristóteles tem dentro de casa. Até que, num verão, ao frequentar uma piscina pública, ele acaba conhecendo Dante, um garoto da mesma idade. Os dois se aproximam quando Dante ensina Ari a nadar e, embora muito diferentes um do outro, o verão que passam juntos acaba fazendo com que os dois criem uma ligação muito forte, redefinindo e questionando conceitos do passado, e tentando descobrir os tais "Segredos do Universo".

Eu acompanhei todo o buzz gerado em cima deste livro. Teve uma época, no ano passado, em que todos falavam de Aristóteles e Dante e eu, imediatamente, me vi interessado em ler, embora não tenha procurado saber sobre o assunto. Demorei para pegar o livro porque percebi que tenho uma tendência a ler livros famosos depois da comoção inicial, e com esse não foi diferente. E fico grato por isso. Porque, mesmo que tenha lido muita coisa boa sobre a obra, o esquecimento foi gradual até a época da minha leitura e isso me fez muito bem. Porque li sem muitas expectativas.

A propósito, 'Aristóteles e Dante' lembra muito livros adolescentes do gênero contemporâneo, como As Vantagens de ser Invisível e Quem é você, Alasca? porque todos estes possuem adolescentes atormentados e em fase de auto-descoberta como protagonistas e isso não é nem um pouco ruim. Eu amo esses livros e este detalhe em comum talvez seja o único, em relação a outros aspectos do livro. Benjamin criou uma trama envolvente, mas que ao mesmo tempo, se passa devagar. Eu li tudo sem pressa, sem vontade de acabar e o livro foi no mesmo ritmo. As coisas vão acontecendo de forma orgânica, dando mais tempo para o leitor processar e analisar.

Realidade. Uma das melhores características deste livro. É possível acreditar que Dante e Aristóteles são reais, mesmo que também tenham aspectos de personagens literários, o autor faz com que acreditemos nos personagens, na trama e nos desdobramentos que cria e isso é um feito e tanto. É possível não concordar com algumas das reações dos protagonistas a certos casos, mas também é muito fácil aceitar e compreender, justamente por esse fato de ele passar uma incrível realidade. 

Com poucos personagens e poucos assuntos em foco, Benjamin Alire tem espaço para poder trabalhar tudo com muito mérito . O conflito dos pais de Aristóteles além de ser bem interessante, tem o espaço necessário na obra, assim como a história com o seu irmão. Esse livro é uma obra recheada do mais puro romance e de uma delicadeza extrema. Trata de determinados assuntos com muita cautela e sempre com boa execução. Ao ler a última página, nos sentimos como se realmente tivéssemos atravessado uma jornada junto com os protagonistas em busca dos Segredos do Universo e, com aquele desfecho, o sentimento é de que nós finalmente os descobrimos. 

5 de 5

29.7.13

Resenha: Eternamente - Elizabeth Chandler (Beijada Por Um Anjo #6)

Eternamente
Os apaixonados, Tristan, o anjo, e Ivy, a mortal, finalmente conseguem se tocar. Isto só pode acontecer porque Tristan ocupou um corpo, o corpo de Luke. Mas Luke era procurado pela polícia — que não sabe que ele está morto e continua a persegui-lo. Portanto, Tristan torna-se, sem querer, um alvo da polícia. Da polícia e do verdadeiro criminoso, a quem não interessa ver Luke vivo. É preciso dar fim a esta perseguição. O casal precisa esclarecer rapidamente toda a confusão em que Luke se meteu. Mas, ao conviver com pessoas perigosas e chantagistas — e insistir em fazer o que for para ficar perto de Ivy —, o anjo aproxima-se das coisas ruins que podem levá-lo a fraquejar e perecer, especialmente agora, que ele é um anjo caído. Por causa de Ivy, Tristan vem se aproximando cada vez mais das forças mundanas e das trevas — e de Gregory também. Por outro lado, Gregory vem aumentando seu poder, especialmente depois que possuiu o corpo de Beth. E esse desequilíbrio de forças pode acabar em uma triunfante vitória do mal. A não ser que Ivy tome a frente dessa batalha...

Outras resenhas da série:
1.
Beijada por um anjo


Há três anos atrás iniciei a minha leitura desta série e não sabia muito o que esperar. Ainda iniciante na literatura YA sobrenatural, lembro de ter achado o primeiro livro uma coisa magnífica, ainda acho que ele tenha seus méritos e seja de fato muito bom, porém ao decorrer dos anos, ao ler os outros, fui ganhando outras percepções, mais maduras e críticas, talvez. Nós começamos exatamente de onde paramos no bom (porém nem tanto assim), Revelações. Tenho pra mim que o monte de firulas que é o quinto livro serviu apenas para poder fazer um número redondo no fim, afinal, muita coisa poderia ser descoberta somente em um livro. Isso o deixaria mais ágil, certamente. 

Mesmo torcendo pelo casal principal desde o início, Ivy e Tristan foram tornado-se personagens superficiais. O seu romance foi um pouco forçado do quarto livro pra cá, acredito que tenha sido por causa do enfoque maior que a autora deu no sobrenatural e nos vilões. Em Eternamente ainda temos aquele ar superficial e piegas de toda a série, porém, meu coração foi amolecido, porque, afinal, era o último livro da série e eu estava me despedindo dos personagens que por tanto tempo me fizeram ótima companhia. O bromance de Beth e Will mostra-se mais vívido do que o casal principal e eu tenho um pouco de raiva de Kelsey e os outros amigos de Ivy que nunca foram amigos de verdade mas ela os considera como tal.

Gregory está oficialmente de volta e eu fiquei orgulhoso pela ótima construção de personagem, ele é mal na medida certa, tem certa "razão" pelos seus crimes e está sempre um passo atrás dos seus oponentes, é um vilão difícil de se tirar de cena, tanto é que sua batalha contra os mocinhos perdurou por seis volumes. Mesmo que o casal tenha perdido sua força, avalio-os muito bem individualmente. Ivy tornou-se a mocinha forte que todos esperavam e Tristan, fazendo burrada atrás de burrada, mostrou-se humano, suscetível a erros. Lacey é o meu xodó de toda a série, sempre disposta a dizer verdades pra todo mundo e ajudar sempre também, fica na vontade que a autora retorna a esse universo com histórias só da Lacey. Philip, o irmão de Ivy, tem toda uma importância na série e mostra-se forte e amadurecido, embora tenha passado-se pouco tempo nos seis livros.
— Ivy — disse, pousando as mãos nos ombros dela —, podemos criar milhões de teorias sobre a minha redenção, mas uma coisa é certa: o amor é bom. Não existe a possibilidade do meu amor por você me condenar.
A tradução me decepcionou várias vezes, provavelmente porque a Novo Conceito decidiu mudar o tradutor de basicamente todos os livros logo no último, isso ocasionou algumas escorregadas, inclusive um erro enorme que envolve o nome que Ivy chamava Tristan quando ele estava sem sua memória. Nos anteriores ela chamava-o de João, mas nesse, numa lembrança, ela diz que o chamava de Guy, como deve ser na versão original. Sendo o último livro, não posso deixar de falar do desfecho. Se você não quer ver essa parte porque acha que isso vai atrapalhar a sua leitura, pule para o parágrafo seguinte!

Bem, o desfecho te dá a impressão de que a autora quis fugir de todas as previsibilidades de enredo que tinham ela tinha usado nos livros anteriores e nos dá algo bem novo e quase nunca usado em livros YA. Se a forma como ela terminou me agradou? Não, não me agradou. Porém, fiquei com uma sensação de orgulho e admiração ao ver que ela fez do jeito que quis, contrariando o esperado e dando um final bonito e justificável para a série. Realístico e sem muito do romance que compõe os outros livros, não vai agradar a todos, mas foi bem corajosa essa ideia dela e, sim, funcionou.

Para terminar, Beijada Por Um Anjo  é uma série que merece ser lida. Tem suas nuances, partes que não precisavam ter sido escritas e outras, por sua vez, muitíssimo bem escritas e planejadas. O romance não é seu ponto forte, mas a mitologia peculiar sobre anjos que Elizabeth Chandler recriou é algo digno de, no mínimo, curiosidade. Leiam, se apaixonem, odeiem, amem de novo, porque esta série está repleta disso e por um tempo me ajudou a fugir da realidade de forma bastante leve. Recomendo!

Editora: Novo Conceito
Autora: Elizabeth Chandler (Mary Claire Helldorfer)
Série: Beijada por um anjo - Livro Seis (FINAL)
Título original: Everafter
Páginas: 256
4,5 de 5

10.10.11

Divulgada capa de "Divindindo mel"

A Editora Draco divulgou recentemente a capa do livro Dividindo Mel de Iris Figueiredo. A capa ficou linda e a já foi vista mais de setecentas vezes, para falar do livro no twitter use a hashtag #dividindomel criada pela Draco. A arte de capa foi feita  pela própria Iris, e ficou linda, dá uma olhada:

Capa de #DividindoMel, de @Iris_Figueiredo. Arte por @LizzieBordello.

8.10.11

Resenha: Os Sete Selos - Luiza Salazar

Os Sete SelosEditora: Underworld
Autor: Luiza Salazar
Ano: 2011
Título original: Os Sete Selos
Páginas: 360
Tempo de leitura: 17 dias

Sim. Eu demorei mesmo esse tempo todo de leitura porque Os Sete Selos, mesmo que tivesse me ganhado pela incrível capa e pela sinopse não se mostrou muito atraente nas primeiras páginas. Havia pouca explicação sobre a época em que se passa (Até agora não sei, se passa no presente ou no futuro?) e a narrativa preenchia muitas páginas e pouco espaço havia para as falas.
A Torre Oval ficava a menos de quinze quilômetros da casa de Lara. Era um prédio branco de vinte andares feitos de vidro azul do chão ao teto. O hall de entrada era sustentado por pilares branco com uma série de frases terrivelmente nostálgicas. Entre eles havia uma quantidade exagerada de estátuas de metal fosco que conferiam ao edifício um toque "comum", o que era ridículo já que ele se destacava em cor e tamanho de todas as construções acizentadas ao seu redor. Um jardim com uma fonte que agora estava desligada se posicionava entre a rua e a porta de vidro jateado de mais de três metros de altura, pela qual Lara passou para ganhar acesso ao interior do prédio.
Mas houve um momento, lá pela página cento e pouco que foi mágico. Realmente me surpreendeu e me fez querer ler o livro. Luiza largou a narrativa um pouco sem-graça e sem mostrar muito da história para nos deixar apreciando milhares de informações jogadas sem dó nem piedade. E, confesso, você tem que ler, pensar um pouco e só depois retornar. Pois muitas coisas acontecem juntas, cenas de ação são descritas, ao mesmo tempo que várias descobertas são feitas pela personagem principal.

Falando nisso, agora que percebi que não lhe expliquei a história. Bem, a trama gira em torno de Lara Carver uma funcionária da Agência, uma espécie de CSI para eventos sobrenaturais, ela sempre investigou muitos eventos desse mas há um em Paris muito diferente de tudo o que ela já viu e lutou contra. Ela é designada a investigar junto a um demônio e assassino de seu pai e pede também que seu ex-namorado e amigo de infância, vá com os dois.

O que Lara encontra quando chega lá vai muito além do que ela imaginava. Ela começa a suspeitar de que o Anjo-Maior Gabriel esteja por trás disto, estando uma busca desenfreada atrás de uma coisa que ela tem de descobrir e depois arranjar um jeito de destruir. Mas ela não tem pistas e seu oponente, o anjo, está bem mais equipado com força e preparação do que ela, que nem sabe com o que está lidando.
Nick ajeitou a jaqueta azul escura do uniforme e dirigiu sua fala a Lara, demorando a recuperar a compostura. 
–– Agente Carver –– Oh Deus ele estava realmente irritado ––  Ele veio com você? 
A escrita é em terceira pessoa, flui bem, mas em determinados pontos, percebe-se que fica por muito tempo empacado em uma ação e descrevendo muito alguma coisa e em outros pontos, também dá para ver que a Luiza pode ter esquecido de explicar mais. Como sobre as criaturas como os Espectros, os Cavaleiros, as outras dimensões para qual Lara viaja...

Porém, de uma coisa que não posso reclamar é da diagramação absurdamente linda da editora Underworld, eles fizeram toda uma preparação especial para o livro, desde o número das páginas, a fonte do livro, os quotes da bíblia logo no início e a diagramação de capa. O que deixou um pouco a desejar foi a edição um pouco falha da editora, alguns erros estão ali bem descaradamente e nesses momentos, você sente-se lendo a primeira versão do manuscrito da Luiza.

Os personagens são todos muito bem construídos. Destaque para a personalidade forte de Lara, com seu passado e ações sempre condizentes ao conceito criado pela autora durante o livro. Tudo o que ela faz passa sempre por uma justificativa, nada do que a Lara faz deixa você pensando "O que? Da onde ela tirou esse tipo de reação?". Tudo fica bem adequado para a sua pessoa. 
Lucius se deteve, com certa dificuldade, no número dezesseis.  A rua acabava dez metros à frente, em um punhado de tijolos empilhados em frente a uma parede de tábuas velhas. Não seria difícil atravessar por ali, mas Lara não conseguia imaginar uma razão para qualquer pessoa querer fazer isso.
Outra que se destacou bastante em Os Sete Selos foi a misteriosa Roseanne, mesmo ela sendo pouco aproveitada no início da história sempre me pareceu que ela iria dar uma verdadeira guiada no enredo e foi isso o que ela fez, causou ciúme em algumas pessoas, levou Lara, Lucius - o demônio que matou seu pai - e Jason para muitos lugares que fizeram bastante importância nas investigações.

Posso ter reclamado da narrativa cansativa, que me limitou a ler apenas alguns capítulos por dia, mas isso é o fruto do enredo bem amarrado que a Luiza Salazar criou, em vários momentos, eu fiquei imaginando como ela teve todas essas ideias e como sua imaginação a guiou para levá-la perfeitamente a escrever tudo isso em uma história e fazer com que tudo parecesse real e ao mesmo tempo irreal.

O que posso dizer do fim? É apenas uma sequela da magnífica estória cheia de imaginação que a Luiza criou. Todas as pontas soltas foram solucionadas, um fim épico digno de um livro realmente épico e que ultrapassou os limites dos sobrenaturais brasileiros. A autora acaba apontando para todos os lados. Para aquele qeu gosta de romances. Para aquele que gosta de terror. E para aqueles que se apaixonaram por Agatha Cristie por causa do seu policial e misterioso.

A mitologia não deixou a desejar, em certos pontos, eu parei para pesquisar se tudo aquilo que o livro cita como se tivesse acontecido está presente na bíblia ou em algum registro histórico. Como disse, ela mostra o real e ao mesmo irreal. Sem ter medo do limite das crenças, Luiza adentra neste mundo com perfeição e criando uma mitologia com personalidade e condizente com que pode ou não ter acontecido. Ela se inspira em lugares bíblicos, locais da atualidade e alguns que, posso ter certeza, foram fruto da sua imaginação.

Mesmo tendo ficado cansado de ler o mesmo livro por dezessete dias, no fim, é como se eu tivesse acabado de escrever o meu próprio livro, foi quase a mesma sensação. A sensação de dever cumprido, o sentimento de que você acabou de ler uma bela e épica estória, certamente diferente de tudo o que você ouviu falar ou já tenha lido em outros livros do segmento Jovem Adulto.

Algo que, como disse no início me incentivou a comprar o livro foi essa capa. Não entendo muito bem essa maquiagem da modelo mas sua aparência revela bem quem ela é, os olhos verdes e expressivos me lembraram muito da personagem que Luiza narra durante e estória e pasmen, descobri que essa modelo não foi fruto de um ensaio para o livro, esteve em um banco de imagens e foi encontrado pela produção da Underworld que só vive escolhendo capas magníficas para os seus lançamentos.

Recomendo com todas as minhas forças o livro Os Sete Selos, ele mostra tudo o que um livro Young Adult deve mostrar hoje em dia: Originalidade. Luiza Salazar soube muito bem mostrar seu talento para contar uma boa história e me mostro muito ansioso para ler o seu próximo, também lançado pela Under, Bios que é mais focado na distopia. Mas, lembre-se, quando me refiro à originalidade do livro. Não é que ele não tenha os elementos que podem ser julgados de tradicionais dos livros do gênero, mas esse, diferente de muitos, tem alma. Algo que pode ser julgado como a melhor coisa que um livro pode dentro de suas páginas, o que vai muito além do papel. A melhor leitura de setembro, mesmo tendo terminado em outubro.
Lara tremeu de novo. Ela queria desistir de tudo, sair dali, voltar para a luz do dia, para o calor de Patmos, para as luzes quentes, para a umidade de Londres. Ela trocaria qualquer coisa para sair dali, do frio vazio e silencioso. Jasom segurou sua mão a medida que eles se aproximavam da praia grande. Além dela, Lara não conseguiu ver nada a não ser uma névoa branca e densa que pairava acima da areia. A verdade é que parecia não hacer absolutamente nada, exceto um lugar para osm ortos vagarem em paz

5/5