Editora: Novo Conceito
Autor: Siohban Vivian
Ano: 2011
Título original: Not that kind of girl
Páginas: 248
Tempo de leitura: 2 dias
Recebi Não sou este tipo de garota pela Novo Conceito, parceira do blog, sem pedir. Eles me mandaram por ser um lançamento, então como eu não tinha pedido e não estava com muita vontade de ler o livro com urgência, fui deixando para depois. Li alguns livros que tinha recebido ou comprado depois e agora, vejo que me arrependo de ter furado fila com o livro.
Contei a história para Autumn, e ela olhou para o corredor. –– Então, espera aí. Você ficou tão entretida conversando com a Spencer que se esqueceu de falar para ela sobre a calcinha?Virei-me e vi Spencer agachada novamente, sua bunda estava à mostra para quem quisesse ver.
A história de Siohban Vivian fala sobre a vida de Natalie Sterling, uma garota toda certinha que está em seu último ano de colégio e estuda na Academia Ross e até então só tem uma amiga, daquelas que fazem tudo juntas, Autumn. É o início de mais um ano na escola e Natalie pretende fazer tudo certo, tirar as melhores notas, passar em um exame preparatório e ser presidente do conselho estudantil. Mas, a partir da chegada de uma novata, de quem Natalie foi babá no passado, chamada Spencer as coisas a mudar.
Certifique-se de que essas são as minhas palavras, mas é tudo o que posso informar sobre o livro. Esta resenha, provavelmente, não te irá te impressionar pela história e sim pelas qualidades do enredo e da criação dos personagens. Quando li a sinopse, pela primeira vez, de Não sou este tipo de garota fiquei meio sem vontade, já que ela não revela quase nada e tem muito a cara de ser um chick-lit adolescente qualquer. A autora prende o leitor de uma forma arrebatadora logo no início, assim que conhecemos a triste história de Autumn, que foi apelidada de isca de peixe nos primeiros anos e a luta para a personagem principal conseguir ter uma campanha de presidente do conselho que fosse boa e proveitosa.
–– Não se preocupe comigo –– disse ao levantar-se ––, sei tomar conta de mim mesma, juro. –– Ela nem imaginava que ia acompanhá-la, mas foi exatamente o que fiz. –– Natalie –– sussurrou ––, o que você está fazendo?–– Estou livrando a sua barra –– disse, tomando a sua frente.
Como você pode reparar no meu tempo de leitura, dois dias foram o suficiente para eu poder ficar louco para saber a conclusão deste livro. Os personagens se desenvolvem de uma maneira mágica, despertando no leitor querer ler mais e mais e nem perceber que está passando, lendo e observando pelas duzentas e poucas páginas do livro. No começo do livro, a Natalie parece uma garota bem chata e quadrada, e depois, fica provado que ela é sim e seu amadurecimento ao logo da história é o grande barato do livro.
O que dizer de um livro que, ao mesmo tempo que diverte, ensina algo muito importante? Não sou este tipo de garota quebra os paradigmas do jovem adulto atual a nos mostrar, de forma corajosa, o verdadeiro universo adolescente, sobre o que irá acontecer após a ida à faculdade, sobre querer algo na vida e sobre aproveitá-la da melhor forma possível, apenas sendo você mesmo. O amadurecimento da protagonista se deve à grande gama de acontecimentos, bem comparados a um funil.
Eu o segui pela trilha estreita de pinheiros. Não conversamos, provavelmente porque fiquei o tempo todo um pouco atrás dele. Não conseguia parar de olhar ao redor. Muitas as árvores eram enorme,s mas algumas tinham a minha altura. Estendi a mão e toquei nas folhas, que também era de vários tamanhos. Duras, macias, oleosas. Pequenos pedaços de feno tinham sido colocados ao redor de cada uma das árvores, para mantê-las aquecidas, acho. Estava bem frio ali. Dava para ouvir a minha respiração. E era muito silencioso. Assustadoramente silencioso. O céu estava carregado de um milhão de estrelas que jamais havia visto da minha casa, havia estrelas tão pequenas que pareciam poeira.
No início você pensa que aquilo não tem a mínima importância para você e, depois, está sentindo a mesma pressão que a personagem sente dos professores, dos pais, dos colegas de classe. Natalie está sempre querendo ser perfeita, provar aos velhos e aos mais novos que está acima de todo o tipo de bobagem que pode ser cometida nessa idade, mas ela acaba percebendo depois que o verdadeiro fruto da vida no colegial é colecionar amigos e boas histórias, claro, além de colher frutos para o futuro.
Com toda certeza, Siohban soube bem aproveitar tudo o que tinha nas mãos. Fazendo de todos os acontecimentos convincentes e reais, bem adequados aos jovens de hoje em dia. A nós! Fazendo do mundo das escolhas, o ambiente perfeito para personagens apaixonantes e verdadeiros como Spencer, Autumn e Connor, absurdamente importantes para tudo o que acontece. As escolhas e suas consequências, vivenciamos isto desde o começo até o fim do livro e nem ao menos nos damos contas até estar explícito de que isso foi uma moral.
Talvez seja essa a grande fórmula de sucesso de 'Não sou este tipo de garota', trazer uma moral, implícita sem que o leitor perceba e nos fazer ficar com aquilo na cabeça, como não imaginava no início. Siohban é uma grande prova do as aparências enganam, recomendo sim e muito este livro, que te fará pensar nas escolhas que você fez e provavelmente nas escolhas que fará e nas consequências que todas elas certamente trarão a você no futuro.
Não posso reclamar nada da Novo Conceito, a diagramação do livro é tão apaixonante quanto a história. O verniz da mancha da capa é mais lindo ainda ao vivo e as folhas e a capa moles facilita muito para quem lê sentado apoiando o livro nas próprias mãos. Quanto a edição das páginas, a capitulação ficou ótimo e os capítulos pequenos, fazem o livro passar rápido de uma forma gostosa e proveitosa. Destaque negativo apenas para os travessões que faltam no fim de algumas falas para distinguir os pensamentos em primeira pessoa da personagem principal, já visto em outros livros da editora.
Torço muito para que, com essa resenha, você seja encorajado a ler como eu não fui pela sinopse e tire a prova futuramente de que as aparências enganam e de que Não sou este tipo de garota irá surpreendê-lo e virar um de seus livros favoritos já lidos. Daria nota dez, mas como não tem, fico com cinco, a nota máxima!
Não importava o que o futuro trouxesse –– novos amigos, novos namorados, novos caminhos –– sabia que estaríamos na vida uma da outra para sempre. A mudança não era mais algo a ser temido. E apesar de o meu retrato estar pendurado na parede, não me importava nem um pouco com a forma com que seria lembrada. Contato que nunca me esquecessem,
5/5
Estou louca para ler esse livro, acho a capa linda... Adorei a resenha.
ResponderExcluirBjss *-*
http://territoriodascompradorasdelivro.blogspot.com/
Adorei a resenha, parabéns. Fiquei interessado pelo livro agora, pois em outros blogs, as resenhas me pareceram, como você falou, ser um chick-lit qualquer, mas enfim, gostei e vou colocar na lista de quero comprar agora mãe ! KKK
ResponderExcluirAbraços, Gengiscan Pereira, Books For Me, NOW!
Vc escreve muito hein!
ResponderExcluirCerto. O livro é daqueles ótimos, leitura superindicada.