11.10.12

Resenha: O Doce Veneno do Escorpião - Bruna Surfistinha


O Doce Veneno do Escorpião
Editora: Panda Books
Autores: Bruna Surfistinha / Jorge Tarquino

Título original: O Doce Veneno Do Escorpião
Páginas: 168
Tempo de leitura: 2 horas

Eu comprei O Doce Veneno do Escorpião em epub no Gato Sabido (executando a minha já conhecida tarefa de converter para o arquivo compatível com o Kindle) e não esperava muito. Afinal, o livro era bem pequeno e eu consegui ler em apenas uma sentada. Agora, tendo terminado a leitura, não posso afirmar que o livro escrito pela ex-garota de programa Raquel Pacheco seja algo tão forte e bem estruturado quanto é o filme com a Deborah Secco, mas posso dizer que me impressionei positivamente com a história.
Acabei fazendo seis programas naquela tarde. Nunca mais voltei para casa. Nunca mais vi meus pais.
O livro é uma não-ficção e trata a história (obviamente verídica) de Raquel, uma garota adotada por uma família rica, desde criança com problemas de personalidade e auto-estima. A garota acaba se tornando uma adolescente problemática e o tratamento frio de seus pais, depois de diversas coisas erradas que ela já fez, a faz tomar uma decisão drástica. Tendo em vista as poucas possibilidades para um garota da sua cidade, Raquel decide se tornar uma garota de programa, atendendo agora pelo nome de Bruna.
Eu sabia que era para nunca mais. Ela não. Fiquei parada na porta um segundo, olhando para ela. Ela não se virou. Me arrependo tanto do abraço que não tive coragem de dar naquela hora. Eu amo a minha mãe. Ela não sabia. Ela não se virou. Não veio nenhuma palavra, nenhum gesto. Nem dela, nem meu. Me virei. Em silêncio, fechei a porta atrás de mim.
Tchau, mãe.
Eu tenho que confessar, absolutamente amo o filme que foi baseado neste livro, e fiquei um embasbacado ao descobrir que o filme não retrata totalmente o que aconteceu na realidade. Mesmo que Bruna/ Raquel narre nas páginas do livro, basicamente tudo o que o filme mostrou, com mudanças de personagens e locais, porém de uma forma bem mais pessoal, realista. Nas resenhas do skoob eu notei que muitas pessoas classificaram o livro negativamente por não concordarem com as atitudes de Raquel, a acharem uma adolescente mimada e sem propósito,  e eu só conseguia imaginar que essas pessoas não tinham lido o livro até o fim.
Um monte de caras fica chorado desconto, vantagens, exclusividade. Não tenho saco para nada disso. Da mesma forma que entrei nessa, sei que vou sair.
O Doce Veneno do Escorpião não é um livro excepcional, mas também não pode ser encarado como uma diversão para se ler no fim de tarde. Mesmo sendo um livro consideravelmente mais leve, com uma linguagem fácil, ele possui um nível de comoção que é, sem dúvida, admirável. Uma coisa que me chamou atenção, de forma negativa, foi o jeito como Raquel organizou os acontecimentos a serem narrados. Sem o estabelecimento de um tempo definitivo, fica difícil saber de qual momento Raquel escreve e imprimi suas opiniões. Fora os detalhes de escrita que, sim, é muito pobre, afinal Raquel não é uma escritora (mesmo tendo usado de um ghost-writer, acredito que a forma vulgar ou até mesmo simples tenha sido proposital para que o diário parecesse mais realista), eu considero o livro como 4 estrelas, o que já está de bom tamanho. Leria de novo, se tivesse tempo e eu talvez eu leia futuramente. Recomendo!
Para sermos felizes precisamos sempre abrir mão de algo.
4 de 5

2 comentários:

  1. Eu li O Doce Veneno do Escorpião há muito tempo então, apesar de me lembrar da história, não me lembro da escrita, nem nada do estilo. Mas sei que me impressionei com o que ela contava e ficava assim: "mas isso é mesmo verdade?", rs. Gostei.
    Beijos.

    ResponderExcluir
  2. Oi Matheus

    Eu li O Doce Veneno do Escorpião no ano em que foi lançado quando tinha aquele burburinho todo em cima do livro...eu ganhei de minha mãe que achou de verdade que era a história tipo biografia da prostituta e tal no padrões normais mas tanto eu e ela nos chocamos com os detalhes do sexo descrito.
    Hoje nem tanto com os livros que tem sido consumidos mas lá por 2005 - acho que foi esse o ano - foi tenso!
    Não li os outros livros que ela lançou porque esse pra mim já tava de bom tamanho e como fiquei com muito nojo da criatura - eu pelo menos tenho uma tendência a perdoar as pessoas que fazem isso por necessidade mas ela tinha tudo e parecia gostar como descreve- nao fiquei com vontade de ler mais nada
    Vi o filme no cinema e mudaram algumas partes.
    Colocaram ela umpouco de vítima o que não é verdade porque nem ela própria se vê dessa forma.

    Bem é isso
    Beijos
    Raffa Fustagno
    http://www.livrosminhaterapia.com/

    ResponderExcluir