Resenha: Querido John - Nicholas Sparks

 O que você faria com uma carta que mudasse tudo? 

John Tyree volta para sua cidade em uma licença do exército e conhece Savannah Lynn Curtis, eles se apaixonam, mas John tem que voltar à sua vida de soldado e Savannah seguir com a sua vida, sem ele.

Mesmo que sempre se falem através de cartas (Savannah, ao escrever, sempre usando Querido John no início), sua vida segue caminhos diferentes e faz o leitor passar a se questionar se o amor foi verdadeiro e se suportaria à todas as barreiras da vida.

Particularmente, achei esse livro bem morninho. Ganhei ele numa promoção do evento de fãs do Nicholas Sparks e escolhi-o pensando que fosse uma boa leitura. Mas nunca pensei que fosse ter uma ideia tão negativa.

Primeiramente porque, não achei lá o romance de Savannah e John muito verdadeiro, a trama começa bem legal com aquele clima de veraneio e cidade litorânea, com dois jovens de vidas completamente diferentes, mas as coisas que acontecem a partir da volta de John ao exército me fizeram ter uma raiva enorme de tudo!

Balancei minha cabeça. Savannah. Sempre Savannah. Tudo nessa viagem, tudo em minha vida, percebi, sempre me levava de volta para ela.

Por que John teve que ser patriota? Se ele amava Savannah e sabia que ela sofria sem ele, porque então decidiu continuar no exército e deixá-la sofrer. John toma uma decisão por tremenda burrice a acaba apagando a chama do amor eterno que eles tiveram na praia, naquele tempo. Sim, as primeiras páginas são convincentes, mas os desdobramentos não convencem e deixam a ideia de que o livro foi escrito em épocas diferentes, metade em uma e metade em outra e que nessa outra, o Nicholas mudou de ideia para o livro.

Sem contar que o livro é bem chatinho e tedioso, John narra o livro, portanto, não podemos saber o que aconteceu com Savannah no tempo em que ele está no exército. São apenas as cartas que dizem a ele e isso não expressa a verdade. Seria ótimo saber mais de Savannah enquanto John estava colhendo os frutos de sua decisão ridícula...

"[...] Em uma semana, você terá partido novamente. E eu vou ter que descobrir sozinha como continuar a viver. Algumas pessoas conseguem. Você pode conseguir, mas para mim..."

E o enredo clichê e fim choroso não colou pra mim. A forma como o autor colocou tudo pra cima da hora, as descobertas de John só foram acontecer nas últimas páginas. Antes disso, algumas dezenas de páginas com especulações chatas... Só sei que pra mim não deu certo, eu passei cada página querendo que fosse a última com um tédio total e cansaço pelo tipo de leitura pesada em que se transformou.

Bem, a única coisa que achei legal. Ou, melhor dizendo, o personagem de quem gostei foi o pai de John. Dá penas em diversos momentos, dele. Ele é introvertido e ninguém sabe o porquê, e também uma afição por moedas. De qualquer forma, acho que o livro deveria ser contado por ele ou simplesmente ter um foco maior nele. Porque é o único personagem convincente e carismático do livro, pra mim.

[...]Você é raro e lindo, John. Eu me apaixonei por você, mas, acima de tudo, conhecer você me fez perceber o que realmente significa amor verdadeiro[...]

Nicholas quis repetir o sucesso dos outros livros e colocar uma dose de realidade, mas ficou tudo um pouco irreal, sem contar que ele misturou muitas coisas, morte dos pais, melanoma, autismo, introversão e falta de adequação à sociedade, paixão por coisas... Ficou tudo muito misturado e sem um grande propósito. Pra mim foi uma perda de tempo.

Estou contrariando a opinião de muitas pessoas e sei que muito de vocês irão discordar nos comentários. Saibam que essas são minhas opiniões, recomendo a você que leia e tire suas conclusões. Pois, mesmo que tenha um estilo de leitura mais ou menos parecido com a minha, tem seus próprios conceitos sobre coisas e pode gostar deste livro. 

Comecei a chorar, com a certeza de que meu pai estava morrendo.

De fato, ele não é de todo ruim, tem seus pontos fortes, mas infelizmente a maioria são pontos fracos. Eu não gostei e fiquei extremamente decepcionado, com o desenrolar, com o realismo forçado, com tudo. Nicholas caiu no meu conceito e espero não me decepcionar com os livros seguintes.

4,5/10
Justificativa:  Um livro altamente dosado com clichês e tedioso.