31.3.12

Resenha: Silêncio, Becca Fitzpatrick (Hush, Hush #3)

Silêncio
Eu não posso descrever o quanto eu aprovei a leitura de Silêncio. O primeiro, Sussurro, chegou e me impressionou pela qualidade, o segundo, Crescendo eu li com grandes expectativas e odiei e esse simplesmente li por querer dar continuidade à leitura da série. Não era possível que Becca pudesse atingir um pico bom e depois descer consideravelmente na minha opinião.

Mas Silêncio está aí para desfazer esta ideia. Ele chega de mansinho, com Nora sem saber nada de sua vida antiga, o que até dá uma amenizada no estado de desespero que a garota poderia estar se tivesse plena consciência dos fatos anteriores. Uma coisa eu tenho certeza, ninguém conseguiu se lembrar muito bem da mitologia enorme e complicada da série, e a amnésia da personagem nos ajudou a lembrar de tudo.
— Agora você está brincando comigo.
— Eu gosto de provocar você, é verdade. Mas existem coisas com as quais eu nunca brinco. — Seus olhos se tornaram sérios de repente.
Nora Grey não se lembra de nada, ela acorda em um cemitério e descobre que fora raptada e ficara longe por três meses, quando volta descobre que seu mãe está namorando com Hank Millar, pai de sua inimiga, Marcie, e começa a perceber que há algo de estranho a sua volta, uma vez que ela anda tendo alucinações e acha uma pena preta em seu quarto.

Ela encontra Jev, um desconhecido que parece saber de tudo, de todas as respostas e se aproximará cada vez mais dele, por causa de um desejo quase incontrolável de vê-lo e pela vontade de conseguir desfazer o branco que se formou em sua cabeça. 
Não olhei para Patch, temendo perder a coragem, se o encarasse. Nós dois sabíamos que me refugiar em sua memória não me tiraria dali. Eu só transportaria minha mente para o passado dele. E acho que era isso que Patch queria; Que eu estivesse em outro lugar quando Hank me matasse [...]
Eu não me interessei muito pela sinopse deste livro. Ela não é muito receptiva, assim como as primeiras páginas de Silêncio, senti uma pequena vontade de abandonar, estava descrente que essa história pudesse melhorar assim, mas logo consegui engatar na história e comecei a ler centenas de páginas por dia, terminando em um final de semana.

O que é tão atraente na obra de Becca Fitzpatrick é que Nora está sempre se metendo em perigo, mesmo contra sua vontade. E, apesar de ela ser aquele tipo de personagem feminina que esteja sempre fazendo as decisões erradas, é extremamente admirável o jeito como enredo se desenrola, mantendo-o preso aos mistérios e acontecimentos banais, perfeitamente intercalados.

A autora nos passa uma realidade ao mostrar o ambiente escolar juntamente com mitologias de anjos e o mistério em torno de Mão Negra, as alucinações de Nora, o personagem Jev, o relacionamento de sua mãe com Hank, tudo acaba se interligando no fim e prometem um livro cheio de surpresas, tanto em seu recheio quanto em seu desfecho.

Os relacionamentos estão cada vez mais aflorados e reais. Senti mais romance com Nora e Patch, achei que o namoro deles nunca esteve cada vez mais fortalecido e convincente, com a trama mais adulta, os dois estão mais adultos e cada vez mais apaixonados, mesmo com as barreiras terríveis que o destino sisma e teima em lhes impor. Ficou bom e poucas vezes blasé e clichê, me passou a emoção que precisava.

Scott, que no segundo livro não me passou grandes expectativas volta nesse terceiro livro e se revela um grande personagem que pode atrapalhar o namoro de Nora e Patch, simplesmente porque os acontecimentos acabam fazendo com que os dois se tornem mais próximos e adquiram um carinho um pelo outro, não duvido que isso gere um triângulo amoroso futuramente.
— Pare de me chamar de Grey. Parece que sou um menino. Como Dorian Gray.
— Dorian quem?
Suspirei cansada.
— Basta escolher outro nome. Pode ser o antigo Nora, também.
— Tudo bem, Jujuba.
— Esqueça. Vamos manter o Grey.
Vee sempre foi uma personagem bem divertida, mas agora está com uma versão menos piadista e mais preocupada com o bem de sua melhor-amiga, sem perder a personalidade. Blythe, Hank e Marcie se tornam de personagens quase insignificantes no primeiro livro e um pouco do segundo, como de extrema importância para o desenvolvimento do enredo.

Silêncio é um livro que passa rápido, assim que você consegue captar a emoção necessário. Acho que veio para consertar a inexpressividade de Crescendo e a infantilidade, mesmo que mínima de Sussurro e se torna uma performance de sucesso de Becca Fitzpatrick, soa como o desfecho da série mas sei que tem muito mais por aí, mesmo que as últimas páginas do livro não deixem muitos assuntos pendentes como deixou o segundo livro. Recomendo muito a leitura e também peço que não desistam em Crescendo, Silêncio é a recompensa. A melhor leitura do ano, até agora.
Seus olhos queimavam com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes.
— Você é minha, Anjo, e não se esqueça disso. Suas lutas são minhas lutas. E se tivesse acontecido algo grave hoje? Foi horrível pensar que seu fantasma me assombrava; acho que não vou conseguir suportar a experiência real.
10/10
Justificativa: Um livro bom, que faz esquecer o passado negro da saga.

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