Feita de Fumaça e Osso conta a história de Karou. Uma garota com aparência peculiar, cabelos azuis, residente de Praga e que vive fazendo favores a uma figura muito estranha. Com aparência semelhante a um bode, Brimstone, que mora em um lugar que ela pouco conhece e, ao mesmo tempo, frequenta assiduamente, é para quem ela faz favores. Recolhendo dentes em todos os cantos do mundo, sem a mínima ideia de para quê servem. Porém, os portais que ela usa para ter acesso a esses diversos lugares estão sendo marcados. Esses acontecimentos desencadeiam a descoberta sobre o mundo estranho e até então desconhecido de Karou.
Não sei o que me chamou atenção nesse livro, o que me fez comprar os dois primeiros livros sem nem antes saber direito sobre o que se tratava. Talvez tenham sido essas capas lindas, ou eu tenha tido um surto consumista. Fato é, não sabia o que esperar deste livro, não fazia ideia do que se tratava... Totalmente no escuro, fui pegando aos poucos o ritmo. Com algumas indicações nas divisórias que estão presentes a cada número x de capítulos, é possível se descobrir sobre o que o livro vai tratar. Se, no começo, eu tinha curiosidade e nariz torcido para o livro, a partir da metade (e da aparição de Akiva) fiquei muito mais empolgado.
Comecei a ler compulsoriamente, também devido ao número curto de páginas que cada capítulo tem, cada vez mais absorto nessa mitologia super estranha que a Laini criou. Ou melhor, "mesclou". Porque, na verdade, suas criaturas são o que já vimos em outros mundos e crenças por aí. Dividindo os focos entre Karou e Akiva, a leitura chegou ao seu ápice. Eu estava gostando bastante, demorava um pouco para entender certas coisas. Mas, de verdade, estava gostando. Até pensando em dar cinco estrelas, e tudo mais.
Porém, chegamos ao desfecho. Não propriamente as páginas finais. O "desfecho" começa lá na página 280. Enquanto eu pensava que aquela epifania toda só duraria uma dúzia de páginas, acabou durando praticamente todos os outros capítulos do livro. E assim como Karou me causou estranhamento, a nova personagem introduzida também me causou esse feito. Demorou um pouco mais para me acostumar com ela e com o fato do foco do livro mudar tão abruptamente. E o livro começou a me irritar de uma forma que eu nem mesmo sei explicar.
Mesmo que eu não tenha me familiarizado e gostado do que a autora decidiu introduzir, a Madrigal (a tal nova personagem) começou a fazer sentido e essa viagem repentina também fez sentido. Afinal, foi necessário para que todo o romance fosse melhor explicado, mesmo que uma explicação totalmente clichê e previsível. A ideia pode não ter sido a melhor, porém, o desenvolvimento foi bem satisfatório. Então terminei Feita de Fumaça de Osso, um pouco mais desanimado do que estive em certo ponto e isso é ruim. Tem um cliffhanger enorme, mas sei lá, não to com tanta vontade assim de ler o próximo. Esse livro é legal, mas não é para tanto.
3 de 5
- Não infringimos nenhuma lei. - Ela se virou para Zuzana e falou em tcheco: - Não existe nenhuma lei que me proíba de voar.
- Existe, sim. A lei da gravidade. [...]
***
- Esperança? A esperança pode ser uma força poderosa. Talvez não haja magia real nele, mas, quando você sabe o que mais deseja e mantém isso aceso como uma chama dentro de si, pode fazer as coisas acontecerem, quase como mágica.
***
- Não quero o seu maldito apartamento [...] Porque você mora ali. Você não vai desaparecer assim, Karou. Isso não é um maldito livro sobre Nárnia.
***
- Sua alma cata para a minha. Minha alma é sua, e sempre será, em qualquer mundo. Não importa o que aconteça... - Sua voz falhou, e ele respirou fundo. - Preciso que você se lembre de que eu amo você.
Amor. Karou se sentiu banhada em luz. A palavra doce pulou para seus próprios lábios para responder, mas ele suplicou:
- Diga que vai se lembrar. Prometa para mim.
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