No último mês, não se falou de outra coisa, aliás, desde que essa adaptação foi anunciada, um burburinho se criou. Quem seria o Grey? Quem seria Anastasia? Como eles colocariam as cenas picantes no cinema? Existia muita curiosidade e ansiedade para que o livro fosse adaptado para as telonas e, depois de um tempo, ocorreu a estreia do filme de Cinquenta Tons de Cinza, mostrando que tem tudo para ser mais uma das franquias inspiradas em livros de maior sucesso, sendo a maior estreia de um filme em fevereiro em toda a história do cinema americano.
Mas saiamos dos números e vamos falar do filme. Pra quem não sabe, Cinquenta Tons de Cinza gira em torno da desajeitada srta. Anastasia Steele, estudante do último ano de literatura inglesa na faculdade. O livro começa quando a melhor amiga de Ana, que estuda jornalismo na faculdade, está doente demais para fazer uma entrevista. Anastasia acaba indo no lugar da amiga enferma totalmente no escuro, sem fazer muito ideia de quem seria a pessoa que estava prestes a falar. O objeto da entrevista, por sua vez, é um personagem que, à primeira vista, chama atenção aos seus olhos e é bastante peculiar. Seu nome, Christian Grey.
Christian é o CEO da Grey Enterprises. Resumindo, ele é podre de rico e bastante intimidador também. Durante sua entrevista, Anastasia quase morre de nervoso e só faz demonstrar a sua falta de habilidade em lidar com outras pessoas, principalmente pessoas como Grey. Apesar do começo constrangedor, a personalidade quase intrusiva de Christian faz com que eles se encontrem novamente em algumas outras ocasiões (e Ana aos poucos vai percebendo que ela fica muito feliz com isso) e deem início a um relacionamento. Até então, nada de diferente, não é mesmo? Acontece que Christian Grey não é apenas um cara super poderoso e intimidador, ele tem alguns hábitos e, junto com Ana, descobriremos quais são.
Cinquenta Tons de Cinza é um filme bem fiel ao livro. Muitas cenas mantiveram-se intactas à obra de E. L. James. Que pena (risos). Porque, ao dizer que o filme ficou igual ao livro, tenho que dizer que o filme tem a mesma construção pobre de enredo e personagens, e a mesma habilidade de preencher espaço com cenas irrelevantes, sendo as do filme um pouco melhor, porque eles colocaram mais cenas de amorzinho entre o Grey e Anastasia, focando-se mais no relacionamento em si. No livro, essas cenas fillers foram em sua maioria cenas de sexo, que não significavam muita coisa além do desejo de encher as páginas e fazer jus à temática erótica. Em relação à adaptação, o livro está um pouco inferior quanto à trama, e a rapidez dos acontecimentos, mas como disse, os dois são muito parecidos, então não há muita melhora.
Os atores, por sua vez, me pareceram no ponto dos personagens. Dakota Johnson no papel de Anastasia é quem mais merece elogios. Ela conseguiu captar a essência da personagem de uma forma que Kristen não conseguiu com Bella. Mostrou-se realmente a garota desajeitada, e até um pouco feia, que é descrita nos livros. O Grey ficou um pouco fora do tom. Jamie não pareceu estar completamente confortável no papel, e não passou a confiança necessária para interpretar o Christian. Os outros atores são quase que meros figurantes, já que as cenas são monopolizadas pelo casal principal, mas não vi nenhum destaque negativo. Desafio: Contar quantos segundos e quantas falas teve a cantora Rita Ora nesse filme!
Quando o filme terminou, saí do cinema com o mesmo gosto que tive ao terminar o livro. Começou muito bem, com aquela misteriosidade, que gera um interesse súbito. Mas aos poucos vai desdobrando-se de uma forma pouquíssimo favorável. Coisas desnecessárias acontecem e cenas que só servem para confundir o entendimento, deturpando o que até então achava ser o relacionamento de Christian e Ana, e a opinião desta segunda sobre o que Christian lhe mostrou. As cenas finais são uma coisa que até hoje não entendo e nunca esperei para ler o segundo para descobrir e também não farei com o próximo filme, espero. Assisti a este apenas com o desejo de ter a experiência filme x livro e, agora que já tive, não quero mais. Já posso partir para a próxima.
2,5 de 5
(1 ponto especial para a trilha sonora, que está de matar!)
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