Comecemos
com mais uma resenha, então. Das sagas distópicas adolescentes, até agora, já
experimentei as superfamosas Jogos
Vorazes e Divergente e a
fascinante saga Feios de Scott Westerfeld,
chegou a hora de ler a versão da Novo
Conceito sobre o gênero que estourou no mundo literário nos últimos anos.
Para início de conversa, já considero esse primeiro volume da duologia Starters tão forte e apaixonante quanto
o dos seus concorrentes. Com o mesmo estilo ágil e criativo, nós temos uma
distopia já dentro dos moldes, porém uma liberdade de criação e acontecimentos
enorme por parte da Lissa. Dá pra perceber que ela não teve o mínimo medo de
arriscar ao mudar drasticamente a “situação” da personagem principal em
diversos momentos do livro. Se não deu pra entender direito, a única coisa que
posso dizer sem dar spoiler é que Starters
se foca em Callie Woodland, uma starter,
que vive no que sobrou do mundo (onde apenas idosos e adolescentes vivem)
depois de uma guerra da qual não temos muitos detalhes concretos. Como seus
pais morreram em decorrência desta guerra, ela está sozinha, sem casa e uma
vida estável, cuidando para que seu irmão e ela sobrevivam por mais um dia.
Mas, ao perceber que Tyler está cada dia mais doente, ela vê que precisa tomar
uma decisão drástica. Por ainda ter dezesseis anos, não é permitido que
trabalhe, porém, ela descobre sobre uma empresa chamada Prime Destinations, que age quase que clandestinamente e está disposta
a pagar um preço caro por um contrato em troca de seus serviços. Os serviços?
Que ela alugue seu corpo por algum tempo para um idoso à procura de alguns
momentos de juventude. Mesmo sabendo que essa não é uma escolha fácil, ela topa
fazê-lo, pelo seu irmão e por sua sobrevivência. Mas engana-se em pensar que
tudo vai ser como ela planejava. A vida de Callie vira totalmente de
ponta-cabeça, com os plot twists (reviravoltas
no enredo) acontecendo basicamente a todo momento. Essas reviravoltas, sem
dúvida, me deixaram bastante impressionado. Porque, sinceramente, eu não
esperava que Starters fosse isso
tudo, talvez seja por isso que tenha demorado quase dois anos para lê-lo. Mas
ao ler, acabei me deparando com constantes momentos de “acho que agora o livro
acalma”, para ser enganado novamente e ter um desenvolvimento maior onde eu achei
que não teria. Acho que essa é uma das coisas boas de se ter uma duologia. A
personagem principal é bem agradável, eu não digo mais porque eu nunca morro de
amores pelo protagonista, embora essa seja basicamente a sua tarefa principal.
Mesmo que eu não admire Callie ou algo assim, é impossível não se sensibilizar
e torcer para que tudo dê certo na vida dela. Porque muita coisa dá errado nesse livro, muita coisa. E, tendo um enredo
fascinante, uma história criativa, com um mundo que, sim, poderia acontecer no
futuro, Starters acabou me
decepcionando um pouco (bem pouco) quando chegou ao seu desfecho. Não que tenha
faltado algo, mas o jeito como a Lissa terminou as coisas não me agradou muito.
Não sei a opinião do pessoal que leu, mas acho que também existam algumas
pessoas com a mesma opinião. Ela teve várias chaves para encerrar com um bom
final, com cliffhanger e tudo mais, porém resolveu acabar daquele jeito. Acho
que ela quis surpreender, surpreendeu um pouco, mas não me deixou com tanta
vontade de ler o próximo como estava no meio do livro. Então é isso, Starters foi uma verdadeira surpresa que
indico a todos lerem, simplesmente porque mesmo não tendo um destaque muito
grande por aí, ele compete páreo a páreo com muita distopia que tá bombando nas
livrarias. Que venha Enders!
4/5
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