Dois estranhos com o mesmo nome têm os destinos cruzados em uma noite fria em Chicago. Ambos completamente diferentes. O primeiro Will Grayson (será identificado nesta resenha com letras maiúsculas) está esperando para o final do show de uma banda em que ao invés de seus amigos, ele não conseguiu entrar por um erro na sua identidade falsa, ele acaba entrando nessa loja de artigos pornô, apenas por curiosidade e vontade de ter uma boa história para contar. O outro will grayson está ali para encontrar o seu caso de internet, Isaac, que não poderia ter escolhido um lugar mais estranho para se encontrar pela primeira vez. Conhecendo-se de forma bem inusitada, nós podemos acompanhar neste livro uma jornada pelos dilemas da vida de cada um, levando suas vidas em novas direções na descoberta e conhecimento do verdadeiro amor. É assim que eu definiria, Will Grayson, Will Grayson.
O livro começa introduzindo-nos aos personagens principais, com características bem distintas, o que torna bem fácil a distinção e a recordação rápida. Além dos personagens principais, também temos os notáveis e muito bem trabalhados Jane e Tiny (o amigo gay enorme e super gay de Will), além da mãe de will que pra mim também tem um destaque mas gostaria bastante se a história dela fosse desenvolvida um pouco mais. Também temos Gideon e Maura com papel importante na história. Agora, voltando para Tiny, ele também pode ser considerado como um protagonista, uma vez que a história depois de meado do livro torna-se só dele, o que não é nada ruim, visto que ele é um personagem incrível e com muitos (muitos mesmo) apelos de torcida. No começo, eu não consegui identificar muito bem as vozes dos autores. Tendo em vista que cada Will é escrito por um autor em capítulos alternados.
Mas, depois fica bem fácil. Não pela parte do David (que é responsável pelo will), já que nunca li um livro dele, mas sim pelo John Green que, assim como em A Culpa é das Estrelas (desculpem a falta de referências mas esse foi o único que li) coloca toda a sua nerdisse nos personagens, inclusive colocando uma teoria física como o "tema" de um casal. Eu ainda gosto muito da escrita do John, embora eu não seja nerd e não tenha entendido o que os personagens queriam dizer em boa parte do livro, tendo que recorrer ao google (algo ruim se você for ver que estava lendo em inglês e precisava também pesquisar por palavras desconhecidas durante a leitura), então foi na parte dele que eu mais pausei a leitura, o que tornou meio cansativo em alguns capítulos. David Levithan tem um estilo bem agradável, nos convence com seu personagem, mesmo que, ainda assim, prefira o Will de John Green.
O livro todo se encaminha bem para um final muito satisfatório. Confesso que esperava mais da relação Will Grayson x will grayson, mas também dá pra ver que os autores optaram por isso, afim de deixar os dois plots mais individuais para no final se cruzarem. Queria um desfecho mais explicativo e juro que quero muito assistir ao musical do Tiny, hahaha :) Will Grayson, Will Grayson é um livro no qual você não deve depositar muita confiança, porque será isso que lhe fará gostar tanto quanto eu gostei. É um livro bem despretensioso, que tem porções de coisas negativas e positivas, mostrando a ambiguidade e as diferenças de pessoas com nomes iguais podem apresentar. Uma parceria muito válida entre dois autores que pretendo conhecer melhor, em breve. Recomendado!
Editora: Penguin Books
Autores: John Green & David Levithan
Série: Livro único
Título original: Will Grayson, Will Grayson
Páginas: 308
4 de 5
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