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3.6.12

Resenha:O Sonho de Eva - Chico Anes + Promoção

O Sonho de EvaEditora: Novo Conceito
Autor: Chico Anes
Ano: 2012
Título original: O sonho de Eva
Páginas: 304
Tempo de leitura: 3 semanas

Esse livro me passou sentimentos mistos. Se, no começo, eu dava tudo por ele e depois fui me desanimando. Na metade da leitura eu mal conseguia largar o livro. A decepção foi grande levando em conta o quanto esperava muito deste livro, mas ele não é de todo ruim

A Dra. Eva Abelar, uma especialista em sonhos lúcidos, está em uma conferência falando sobre sua tese de superconsciência quando descobre que sua irmã acaba de se jogar do alto de seu prédio, no vigésimo andar.

O que a deixa mais aflita é saber que tinha deixado seu filho autista, Joachim com Anna e que ele está desaparecido. Eva conhece Adhya, a chefe da empresa Yume, que está desenvolvendo um jogo em que se é capaz jogar enquanto está sonhando, em que Anna era a cientista chefe, porém ela não aceita apenas por se interessar no assunto, e sim porque ela acha que a mulher e a empresa estão envolvidos com a morte da irmã e com o desaparecimento de seu filho.
— Amor de mãe rejeita limites!  — disse entre os dentes, enquanto recuperava o aparelho  — Nunca que pensei que, um dia, faria isto...
O desenrolar da trama é bem vagaroso, chegando a ser muito chato e tedioso. Simplesmente porque as coisas boas demoram demais para acontecer. Alguns capitulos se passam apenas com a indecisão de Eva de ir trabalhar ou não para a Yume e isso acaba tirando a nossa vontade de continuar o livro. Pelo pecado que nunca deve ser cometido: Ter um mal começo.

Assim que o livro chegou pra mim, eu me interessei bastante. O tema de sonhos lúcidos, vingança e um jogo em que pode se participar dentro de seus sonhos pareciam a forma perfeita para um ótimo livro. O tema não deixa de ser interessante apesar da experiência com o Dream Game só acontecer depois de uma centena de páginas. Até aí, a gente não sabe muito até onde Chico quer nos levar com essa proposta e ficamos às cegas, confiando apenas na sinopse.

Devo dizer, as primeiras páginas são um tédio! Foi um grande desafio para mim continuar lendo e não abandonar o livro logo no começo. As coisas interessantes e que realmente importam demoram um bocado para acontecer e isso acabou estragando boa parte do livro. Eu apenas continuei pois achei que não era possível que um tema tão legal fosse tão chato se colocado no papel, daquela forma.

A escrita de Chico Anes é bem refinada, ele usa palavras bem formais e difíceis de se entender pra quem está pegando em livros de primeira e não está muito acostumado com esse tipo de linguagem. Mas é essa escrita que deixa o livro imperdível em algumas partes, ele é cuidadoso com metáforas e sabe muito bem amarrar uma cena rápida, fazendo-nos ficar atento às palavras. 

Algo que me incomodou foi a divisão dos capitulos em partes, como se fossem capitulos de uma novela ou episódios de uma série. Quando uma cena estava ficando boa ou algo tinha acabado de ser descoberto, ele pulava para uma cena mais morna, sem importância. Isso acabava tirando o ritmo de leitura, assim como os capitulos enormes, que atrapalham e deixam a leitura cansativa.
— E você, La Gorda? Digamos que eu acredite estarmos presas aqui. Se for assim, por que ainda não tentou fugir?
La Gorda olhou diretamente para Eva, que, pela primeira vez, percebeu ser aquela índia mexicana bem mais inteligente do que demonstrava.
— Meu motivo é igual ao seu — respondeu, finalmente, perscrutando Eva com os olhos. — Também procuro um menino.
Eu acho que foi bastante inadequado por parte da Novo Conceito classificar este livro como parte do selo Novo Conceito Jovem simplesmente porque, apesar de falar de jogos e mundo virtual, esse livro não tem nada de juvenil. Ele tem palavrões e cenas fortes demais para quem está acostumado com chick-lits e livros juvenis no estilo de Harry Potter e até mesmo os livros do Rick Riordan. Além de ter uma protagonista adulta e mãe.

Creio eu que a história não tenha sido aproveitada da forma que eu gostaria. Eu queria mais rapidez na hora de falar sobre o Dream Game, menos cortes de cena e um enredo mais rápido, como foi na metade do livro, parte em que o livro realmente me prendeu. Chico tinha em suas mãos uma incrível ideia e não aproveitou bem, ou pelo menos, não aproveitou bem para o público a quem o livro está sendo principalmente vendido.

Os personagens, por sua vez, são bem reais. Eva  é uma personagem muito bem criada, ela é uma mãe de verdade e não descansa até ter seu filho em seus braços. Adhya é a típica antagonista que reconhecemos desde o começo e ela não nega suas origens, os personagens da equipe de Eva são um bom complemente e Alec, juntamente de Joachim, são personagens importantes e decisivos para as ações da protagonista.

Segundo o autor em algumas entrevistas, o que ele desejou ao escrever o livro é que ele fosse uma verdadeira viagem pelo mundo onírico creio que isso ele conseguiu. Nos sonhos de Eva, é a única parte em que temos uma narrativa em primeira pessoa e isso nos ajuda a nos aproximar das sensações e desejos da personagem, assim como nos surpreendermos com as coisas que ela descobre através de seus sonhos lúcidos.

Se a metade do livro me conquistou e melhorou tudo o que não havia gostado nas primeiras páginas o final foi um pouco rápido demais e me decepcionou. Eu definitivamente não gosto de finais de livros em que as coisas não ficam totalmente resolvidas e que os personagens têm a certeza de que aquilo não foi o bastante. É em frustante, você ver eles passarem por tudo isso e depois constatarem que depois irão passar por algo semelhante ou pior.

A diagramação é mediana, pelo trabalho lindo da capa, das orelhas e do kit, eu esperava que a capitulação e até mesmo a tipologia do livro fossem mais caprichados. Se nos capitulos eles usassem essa fonte que usaram na capa, sem dúvida, o interior também ficaria um arraso. Também ficaria muito melhor se a editora aumentasse um pouco o tamanho das letras. Mas fora isso, tudo está bem agradável.

O Sonho de Eva é um livro que te ganha pela sinopse, te decepciona com o tédio das primeiras páginas e a falta de ação e reação, te ganha pela metade do livro e pela desenvoltura do enredo, com acontecimentos rápidos, descobertas impressionantes uma viagem notável ao mundo onírico dos sonhos lúcidos e depois te decepciona levemente com o final altamente sugestivo a coisas futuras provavelmente bem ruins.
— E então, Doña Eva? Vamos?
O gemido tornou a circular pelos dutos do ar-condicionado.
Anna tentando falar de dentro do túmulo. Anna e Joachim.
Eva esperou o som cessar. Fora para essa momento que ela tinha atravessado metade do planeta. Se seu filho estivesse lá embaixo, iria buscá-lo. Tirá-lo daquele túmulo de concreto. Balançou o crachá em frente ao rosto de La Gorda e disse:
— Vamos. Encontraremos uma boa utilidade para isto.

8,5/10
Justificativa: Tem um início ruim, um meio ótimo e um fim mediano.

+ Plus
Promoção "O Sonho de Eva"


Decidi fazer um sorteio bem rápido e fácil de participar. Basta comentar aqui nesta resenha, algo que não seja apenas "Estou Participando", tem que ser um comentário falando sobre a resenha! No dia 03/07, farei um sorteio entre os comentaristas e quem vencer deverá entrar em contato em até 48 horas no e-mail que estarei informando no post do vencedor com endereço e CEP. Boa sorte a todos!

6.4.12

Resenha: Garota Replay - Tammy Luciano



Garota ReplayEditora: Novo Conceito Jovem

Autora: Tammy Luciano
Ano: 2012
Título original: Garota Replay
Páginas: 144
Tempo de leitura: 3 dias

Eu não tinha muitas expectativas acima de Garota Replay, boa parte da blogosfera que já leu o livro o classificou mal e as resenhas até agora... Poucas delas foram positivas, então fiquei com medo de não gostar, ao mesmo tempo que me livrei de boas expectativas, não esperava quase nada de Garota Replay e talvez seja por isso que eu tenha me surpreendido.

O livro conta a história de uma garota carioca e que vive na Barra da Tijuca chamada Thizi. Sua vida não é só sol, praia e mordomia. Ela acaba de descobrir que seu namorado. Tadeu, é um cafajeste e ao mesmo tempo também está preocupada com o que pode acontecer com Gabiru, o amigo do namorado que estava no carro que Tadeu fez questão de esmagar no poste.

Acontece que Gabiru está à beira da morte e Tadeu está quase perdendo um rim. Ela tira um noite para tentar voltar à vida antiga, ela não quer mais saber dessas coisas e quer só dançar, sem pensar no que acontece de ruim com ela. Mas, o que era para ser uma ida simples à boate, para espairecer, acaba sendo o momento mais marcante de sua vida. Ela se encontra com uma garota igualzinha a ela. Sua replay.
Fiquei conhecida como o tipo de mocinha que ganhava um grande kit promocional de maquiagem e, quando iam entregar, tinha saído de casa, sendo desclassificada da premiação.
Eu gostei da história do livro e acho que isso se deve muito à escrita de Tammy. Mesmo que às vezes sua vontade de se tornar engraçada acabe estragando a piada, as tiradas cômicas, em sua maioria, funcionam. Sua escrita me parece espontânea, mas pouco verdadeira. Thizi tinha tudo para ser aquela garota carioca e feliz com quem a gente se identifica, mas a autora pode ter dificultado um pouco isso. Tudo soa como falso realismo.

Os personagens, em sua maioria funcionam, porque se isso não acontecesse a história estaria completamente arruinada, mas novamente o falso realismo de Tammy estraga um pouco as coisas. A maioria dos personagens soam como "isso não existe". Eles não se encaixam no enredo do livro e Thizi não é muito carismática. Novamente, afirmo, ela tinha uma boa oportunidade para isso, mas não conseguiu.

Os cenários, por sua vez, são bastante familiares e acho que isso é o que há de melhor em um livro escrito por uma brasileira. A Barra da Tijuca, tão próxima de mim, suas praias e o Rio de Janeiro são coisas bem familiares, assim como para pessoas que moram em outros estados. Brasileiros se identificam com os programas de Thizi e os cenários acertam nesse aspecto.
A vida toda fui uma fraude de lembranças. Então, como lembrar de uma irmã? A vida tinha sido boa para ela até ali. Onde quer que morasse, quem quer que a tenha criado, ela parecia melhor do que eu.
O enredo é bem leve e isso facilita a leitura rápida, além da quantidade páginas. Mas pode pecar um pouco por ser bem confuso. Ou talvez, posso nomeá-lo como infantil. Em algumas partes chega a questionar-se que Thizi e seus amigos/ inimigos sejam jovens que façam faculdade. Algumas coisas que podiam ser evidenciadas ou tratadas de um jeito mais adulto - como a ausência dos pais dela - são passadas infantilmente.

Eu fiquei um pouco decepcionado quando ela finalmente explicou ao leitor o porquê de Thizi ter uma replay. Claro, isso não foi um erro da autora, afinal, esse é o jeito que ela escolheu de conduzir sua história. Mas misturar a realidade dos cenários e acontecimentos com outras dimensões e várias versões de uma pessoa só ficou um pouco estranho e confuso, não pegou.
Aquela garota certamente sou eu! Eu tinha uma garota Replay de mim mesma parada na minha frente.
Você deve estar imaginando que poucas coisas tiveram uma boa avaliação e se pergunta como posso ter me surpreendido positivamente com esse livro do jeito que estou escrevendo os primeiros parágrafos da resenha. Bem, o final mudou completamente a minha percepção desse livro, ele é simplesmente fantástico e muda totalmente o rumo, cor e jeito da história. A infantilidade dá lugar à criatividade e a influência visível das telenovelas.

Mesmo que Thizi não me convença, o casal principal, formado por ela, obviamente, me convenceu. O romance é o carro chefe de Garota Replay e os dois combinam muito bem, Thizi e Tito são aquele tipo de amigos que não se desgrudam e daí sempre vem uma paixão na certa. Mas a forma como Tammy deixa isso explícito desde o começo, ela parece endeuzar Tito antes mesmo de apresentá-lo formalmente ao leitor. Eu não gostei disso.

Se alguns livros pecam por conterem inúmeros páginas que você não faz ideia do porquê de existirem, Garota Replay é aquele livro que você gostaria muito que tivesse mais páginas. A sua história é tão envolvente que não dá pra parar de ler e você só se contenta quando termina. Eu tiraria o resumo constante da história por mais detalhes, mais páginas e mais Garota Replay!

A edição da Novo Conceito está de parabéns. Sim, temos que reconhecer que ela evoluiu muito. Se alguns anos atrás era possível descobrir uma penca de erros nos livros deles agora está ficando cada vez mais difícil. A fonte foi muito bem escolhida, o tamanho dela também, a primeira folha, que carrega o nome do livro, está com a mesma fonte da capa o que antes não acontecia muito. Vide Querido John e até o recente Para Sempre.

Uma coisa que achei de extremo mal gosto foi a capa. Desde o início essas bonequinhas me lembraram as Bratz e contribuiu para a minha falta de expectativas. Eu esperei algo ao nível de Sou Toda Errada, o livro anterior de Tammy e a NC me vem com essa capa... Acho que infantilizou demais o livro e, se estivesse numa livraria, procurando por um bom livro chick-lit/ jovem adulto com uma história diferente, passaria longe desse, julgando pela capa. Iguala-se demais aos livros infanto-juvenis da Editora Fundamento e o livro  não tem nada de parecido com essas publicações.

Concluindo-se, Garota Replay é um livro que tem muitos erros notáveis, é divertido, envolvente, dá pra ler bem rapidinho... É importante que não se julgue pela capa. Vai na fé e ame! Do meio pro final só tem a melhorar, muitos elogios ao livro, que surpreendeu bastante e é uma boa indicação de livro para 2012, não o coloco como o melhor do mês ou ano, mas me divertiu, entreteu e é creio que é pra isso que o livro foi criado. Garota Replay não foi feito para mudar vidas, é só pra diversão e isso ele tem de sobra!
O mais difícil da vida acontece sem o nosso controle, sem a nossa chance de voltar atrás. Podemos rever o passo das palavras, pedindo desculpas por ofensas ou afirmações mal-colocadas. Tentamos e podemos consertar certos erros, mas não podemos reviver um corpo sem vida.
9/10
Justificativa: Jovial e maduro, surpreende.

+ Plus

Dia 14 de abril, próximo sábado, às 17 horas, na Livraria da Travessa do Barra Shopping, vai ter evento de lançamento de Garota Replay, o livro resenhado aqui no blog! Eu estarei lá autografando meu livro e vou pedir pra Tammy autografar o de vocês pra sorteio! Aí embaixo o convite:

Aqui está o convite do lançamento no Rio! Espero todosss vocês! Blogueiros queridos, me ajudem a divulgar o evento nos blogs! Desde já, meu enorme agradecimentooooo!