No sucessor de A Pirâmide Vermelha (leia a resenha aqui), nós temos a introdução dos personagens e da trama principal, assim como o seu primeiro avanço na batalha que, em O Trono de Fogo, ou The Throne of Fire, que foi a versão que li, complica-se mais ainda. Correndo contra o tempo para impedir que um grande mal se instale e o mundo entre em colapso, Carter e Sadie novamente saem em uma jornada à procura do que pode ser um trunfo na sua batalha contra as forças do Caos, que estão cada vez mais fortes. Clique abaixo para ler o que achei do livro!
Devo dizer que este livro tem um começo infinitamente melhor do que o anterior. Com a vantagem de seus personagens já serem familiares para mim (sem precisar ocorrer aquele estranhamento inicial), Rick estabelece o seu plot mais rapidamente e de forma mais fácil. Achei até mesmo que as explicações de mitologia egípcia se tornaram menos complicadas. Porém, o autor também preservou a quantidade enorme de ação logo nas primeiras páginas. A diferença é que neste livro ele faz isso de forma mais aperfeiçoada. O que, claro, ficou muito melhor.
Uma coisa bem esperada por mim, e também bastante comum em sagas juvenis, foi o amadurecimento dos personagens. Detalhe, se passaram poucos meses desde o livro anterior, então já tinha em mente que nada mudaria muito, embora um amadurecimento seja NECESSÁRIO. Afinal, com o passar do tempo, as coisas vão ficando mais complicadas e é bem mais crível que os personagens se tornem mais maduros. E, claro, eles passaram por tudo aquilo anteriormente. O amadurecimento aconteceu. Consideravelmente menos do que eu esperava. Foi inevitável que, com o passar do tempo, as ameaças que as crianças enfrentam tenham parecido acontecimentos de um filme pastelão, onde você tem certeza de que eles irão suceder, tamanha previsibilidade. E dificulta quando o autor mantém-se jogando situações desse tipo no livro.
Eu senti bastante falta do romance, embora esta não seja uma característica dos livros do Rick. A gente tem poucas pinceladas aqui e ali, mas nada que chegue a ser realmente algo significativo. Para se ter uma ideia, no último capítulo, nós temos uma boa prévia do que pode ser uma possibilidade, mesmo que seja claramente descartada na mesma hora, acredito (e espero) que haja algo disso em The Serpent's Shadow. Não que eu seja tão apegado a romance assim, é que simplesmente fica cansativo quando o livro mostra somente uma face. É legal que ele tenha nuances, sub-tramas... E nesta obra, as coisas são bem rasas.
C
Devo separar o aspecto "raso" das partes de mitologia. A mitologia egípcia é complicada, difícil de se entender e admiro a inciativa do autor em querer colocar isso em livros que serão, em sua maior parte, lidos por crianças e adolescentes. Em alguns momentos é bem explicada, em outros não. Nos momentos de boa explicação, pode-se notar um movimento inteligente do autor em captar exatamente a pergunta que o leitor pode chegar a fazer-se e colocar na boca de algum dos personagens. Nos momentos ruins, ele chega a fazer a explicação, mas só dá real importância a ele nos capítulos mais a frente e, até lá, já me esqueci parcialmente do que se tratava.
No saldo final, The Throne Of Fire é bom sim. Mesmo que mostre um desenvolvimento pobre de personagens, o amadurecimento do plot é visível. É notável a grandiosidade da trama, crescendo a todo momento. Em alguns momentos, cansativo, difícil de ler. Mas em outros, principalmente quando você pesca o que autor quis dizer ou fazer, é bem prazeroso. No saldo comparativo, é melhor que seu antecessor, o que é muito melhor do que se tivesse um declínio. Assim, espero o clímax no próximo livro que lerei em breve, mesmo que esse não tenha me puxado para lê-lo. É divertido, mas previsível.
"We can be slow to realize what is important," he said at last. "Sometimes, it takes us a while to appreciate something new, something that might change us for the better."
4 de 5
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